HINO À VIDA (1881)
de Lou Salomé
Tão certo quanto o amigo ama o amigo,
Também te amo, vida-enigma
Mesmo que em ti tenha exultado ou chorado,
mesmo que me tenhas dado prazer ou dor.
Com toda força te abraço!
Deixa tuas chamas me inflamarem,
Deixa-me ainda no ardor da luta
Sondar mais fundo teu enigma.
Ser! Pensar milênios!
Fecha-me em teus braços:
Se já não tens felicidade a me dar
Muito bem: dai-me teu tormento.
* * * * *
PRIÈRE À LA VIE
(Trad. Dominique Miermont e Brigitte Verne)
“Certes, comme on aime un ami
Je t’aime, vie énigmatique
Que tu m’aies fait exulter ou pleurer,
Que tu m’aies apporté bonheur ou souffrance.
Je t’aime avec toute ta cruauté,
Et si tu dois m’anéantir,
Je m’arracherai de tes bras
Comme on s’arrache au sein d’un ami.
De toutes mes forces je t’étreins!
Que les flammes me dévorent,
Dans le feu du combat permets-moi
De sonder plus loin ton mystère.
Être, penser durant des millénaires!
Enserre-moi dans tes deus bras:
Si tu n’as plus de bonheur à m’offir
Eh bien – il te reste tes tourments.”
Este poema “impressionou profundamente” a Nietzsche, que compôs uma música para acompanhar o “Hino à Vida” de Lou. “Por sinal, a única composição musical que ele decide imprimir e publicar”, como aponta Maria Cristina Franco Ferraz em seu excelente “O Bufão dos Deuses” [http://bit.ly/TipJC2].
Publicado em: 01/10/13
De autoria: casadevidro247
A Casa de Vidro Ponto de Cultura e Centro de Mídia
chicoary
Comentou em 06/10/13